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“Mulher é desdobrável. Eu sou “.  (Adélia Prado)

 

O empoderamento feminino é um dos assuntos mais buscados em hashtags no instagram, já somam 786 mil hashtags até o dia de hoje, 08 de Março de 2019, e com certeza amanhã esse número já terá mudado drasticamente. Mas o fato é que um dia não é o bastante para comemorar todas as conquistas que as mulheres vêm juntando ao longo dos anos, seja no trabalho, ou nas atividades do lar etc. Conquistas sim, porque conciliar tantos afazeres, atividades, cuidados com a família, estudos, carreira profissional, é uma arte, que envolve resiliência, superação, anti-fragilidade, independência, amor próprio, empatia, entre outros fatores.

Claro que é inevitável não observar e analisar as estatísticas que ainda teimam em dizer que “lugar de mulher é na cozinha”, “que lugar de mulher é em casa cuidando dos filhos”, “que mulher não deve ganhar o mesmo tanto ou mais que um homem”, entre outras frases que reafirmam preconceitos e delegam à mulher o título de “sexo frágil”. Mas também não podemos ficar num discurso de empoderamento que estabeleça posições inflexíveis contra o papel do homem na sociedade, já que é notório que a força física do sexo masculino é bem maior que a do feminino. E isso é uma questão de Ciência e Biologia.

Nesse sentido, é necessário neste e em tantas outras datas presentes no calendário, como, dia da profissional de informática, dia da médica, dia da personal trainer, dia da engenheira elétrica, lembrar e reafirmar a máxima de que “lugar de mulher é onde ela quiser”, encarando a vida de forma positiva. E se o mundo muda a partir da nossa mudança de mindset, é preciso reprogramar o nosso cérebro para lidar com tantas atividades, preconceitos, dificuldades da vida, cuidados com o corpo e a saúde, sem perder o entusiasmo e a alegria.

O empoderamento feminino é um movimento extremamente válido no sentido de dizer para milhões de mulheres de diferentes raças, crenças, cores, que “we can do it”. E há muito o empreendedorismo feminino passou a ser uma forma de expressão desse movimento. Pensando nisso, a nossa sugestão para refletirmos sobre o tão importante equilíbrio que se deve ter entre os nossos sonhos de infância e a vida agitada que levamos, é o filme Joy: o nome do sucesso, com a atriz Jennifer Lawrence. O filme é inspirador e retrata a história verídica de uma empreendedora norte-americana, que enfrentou diversos obstáculos até chegar ao reconhecimento.

Por isso, ela e muitas outras mulheres podem ser consideradas, o “new black” do empreendedorismo, expressão inglesa do mundo fashion para aquilo que está na moda, “o pretinho básico”, um clássico, ou até mesmo aquilo que vai virar tendência em algum segmento de mercado. A expressão também já foi até incorporada no título do seriado The orange is the new black.

 

De um insight infantil ao negócio milionário

Dirigido por David O. Russel e lançado no Brasil em 2016, o filme sobre Joy traz Lawrence na pele de uma moça estadunidense, divorciada, com dois filhos para criar, uma família desestruturada, que ela tenta a todo custo manter unida. A história do filme é baseada na vida da criadora do miracle mop ou “esfregão milagroso”, que estourou na década de 1990 nos lares dos EUA, e que proporcionou um império milionário à sua inventora.

Mas a história de Joy não é um mar de rosas do início ao fim, e sim um misto de comédia e drama, onde a moça pobre, sofrida e desacreditada por todos à sua volta desde a infância, decide em um insight mudar a sua vida e da sua família. Ela faz uma tomada de decisão que mudaria a sua vida profissional para sempre, de moça pobre à empreendedora de sucesso.

Joy inventa o “melhor” esfregão de limpeza da época, mas apenas isso não bastou, ela teve de lutar para convencer o público a comprá-lo em um famoso programa de vendas na TV. Consegue um número recorde de vendas em apenas um dia, mas ainda precisa continuar lutando num mundo de negócios dominado por homens, para que seu produto continuasse no mercado e ela fosse respeitada e admirada como alguém que empreendeu de forma bem sucedida.

 

Tudo o que um sonho precisa para ser realizado é alguém que acredite que ele possa ser realizado”.

 

De fato, a história protagonizada por Jennifer Lawrence não é diferente de muitas mulheres que lutam para ter o seu lugar no mercado de trabalho por mérito. E com o filme, pode-se notar que se um sonho é possível de ser sonhado, ele também é possível de ser realizado, como bem afirma Roberto Shinyashiki, “tudo o que um sonho precisa para ser realizado é alguém que acredite que ele possa ser realizado”. E as pesquisas já apontam que as estatísticas de mulheres em cargos de diretoria e vice-diretoria têm aumentado todo o ano (mas ainda são 37% apenas de mulheres em cargos de liderança no Brasil). Pesquisa recente também mostra que 58,9% dos gamers brasileiros são mulheres. Na política, no empreendedorismo, na educação, na ciência, na tecnologia, elas estão em todos os lugares.

O filme também é sobre empatia. E empatia tem a ver com sororidade. O longa-metragem mostra uma certa competição e ciúmes por parte da meia-irmã de Joy. Outra mudança importante no mindset do universo feminino é compreender que não estamos aqui para competir, mas para compartilhar, colaborar e construir coisas juntas, “porque juntas somos mais fortes”. Enfim, Joy: o nome do sucesso é um grande exemplo de como a mulher pode liderar grandes projetos no mundo business e vem ao encontro das temáticas discutidas neste mês de Março, em homenagem ao dia internacional da mulher. Mais que o novo preto do empreendedorismo, a mulher pode ser tudo que ela nasceu para ser e ocupar todo e qualquer lugar que o seu potencial a chamar. Afinal, a Mulher-Maravilha de Patty Jenkins venceu uma guerra. E você, já lutou hoje?

 

 

Michele Souza

 

 


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Mulher: o new black do empreendedorismo

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